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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Maicon Küster - Um pouco Sobre ele!


Eu acordei, fui ao banheiro e quando puxei a gaveta do espelho, ela quebrou, caiu no chão, e o espelho ficou em pedaços no chão - Se já não me bastasse dezessete anos de azar, ganhei mais sete - Ignorei o espelho quebrado no chão, peguei minha escova de dente, a pasta e comecei a escovar meus dentes. Terminei, e ajuntando o espelho quebrado no chão, eu cortei minha mão, e o corte foi profundo, começou a escorrer sangue no chão, muito sangue. Ignorei o sangue, continuei ajuntando os cacos de espelho, e derramando sangue por toda casa, fui até a lixeira e joguei lá. Peguei um pano, pus na minha mão, e indo ao banheiro limpar o sangue, eu ESCORREGUEI NO SANGUE, cai e bati minha cabeça no vaso. MANO DO CÉU. A VIDA SÓ PODE TÁ ZOANDO COMIGO. QUANDO EU TENTO ME SUICIDAR, EU NÃO CONSIGO, AÍ QUANDO EU SÓ QUERO ESCOVAR MEUS DENTES, EU QUASE MORRO.
Eu abri a porta do quarto da minha mãe, ela estava no celular, falando no whatsapp, facebook, sei lá. Falei para ela:
- O espelho do banheiro quebrou, cortei minha mão.
- E eu com isso? - Respondeu minha mãe. Sim, MINHA MÃE.
- Nada, só quis te avisar que o espelho quebrou.
Ela ficava lá conversando no whatsapp e dando risada. Eu falei:
- Tá?
- Aham, aham - Respondeu ela.
- Quando eu fazer sucesso e ganhar dinheiro, eu vou reformar nossa casa, tá?
Risos e risos no whatsapp. Levantei a voz:
- ENTENDEU?
- Tá, Maicon - Ela se levantou e disse:
- Vou sair.
- Vai onde? - Perguntei.
- Vou sair com minhas amigas. - Respondeu ela.
- Então tá, vou pro meu quarto.


Amigos, nunca tenha uma mãe que faz academia, é jovem, bonita e é SOLTEIRA. Por favor, não tenham, é uma merda. Ainda mais quando tu for depressivo e ela uma rolezera - Eu preferia a época onde minha mãe era depressiva, porque aí, compartilhávamos da depressão. Hoje minha mãe deu a volta por cima, um belo exemplo para mim seguir, mas sabe quando o cara é covarde e não consegue mudar de vida? Sabe quando o cara odeia ser solitário, mas ao mesmo tempo odeia ter amigos? Pois bem, este sou eu.
No meu quarto, sentado na minha cadeira de praia, com o celular na mão, vendo a repercussão do meu último vídeo, escuto uma voz do além gritar: "MAICON!!!!", torci que fosse a morte, mas não, só era um amigo que me chamou na frente de casa. Fui atendê-lo e pedi para entrar. Ele entrou, fomos pro meu quarto (hmmmm boiola), se sentou na minha cama, eu me sentei na cadeira de praia, e ele olhou a faixa na minha mão e perguntou:
- O que aconteceu na tua mão?
- Ah, cortei com o espelho do banheiro, que quebrou.
- Cadê o uísque? - Perguntou ele.
- Parei de beber, rapaz.
- HAHAHAHA, DUVIDO! - Disse ele.
- É sério, não me traz mais conforto, só tá me deixando mais babaca. Porque antes eu bebia em meio a solidão, agora eu tô saindo mais e tal, e vejo o quão retardado eu sou bêbado, então parei.
- Faz bem, mano. - Disse ele, se deitando na minha cama. (Imagina minha mãe voltar e ver essa cena).
- "MEU DEUS, MANO, TU NÃO FEZ ISSO - Disse ele em meio à gargalhadas, olhando para o teto do meu quarto, acima da minha cama, onde escrevi: "ACORDA E TENTA SE MATAR".
Eu comecei a rir também. Eu acredito que a melhor coisa que fiz, foi aceitar minha depressão e torna-la algo cômico. A partir do momento onde tu aceita a tristeza e a dor, tu se acostuma com esses sentimentos, e não os sente mais.
- Mano, tu é muito foda, velho... muito, muito. - Disse ele.
- Não, eu sou um nada. Sempre fui, sempre serei. - comecei a rir - ESTE É MEU LEMA DE VIDA!
- Não tem travesseiro, Maicon? - PUTA QUE PARIU QUE CARA FOLGADO!
- Não, fica aí, aprenda a viver sem travesseiro, está aí a chance de mudar de vida - Respondi.
Ele começou a rir e disse:
- Tu tá na tua melhor fase, irmão! Aquele tem vídeo da ketelen ficou muito bom! A galera do trampo se matou de rir.
- Que bom, fico feliz por isso. - Respondi - Pera aí, vou pegar uma cerveja.
Fui até a cozinha, abri a geladeira, peguei uma cerveja e voltei.
- Tu não tinha parado de beber? - Perguntou ele.
- Mas cerveja não é álcool.
- É o que, então?
- Cerveja é o que Deus criou pra tu fazer tudo. Tá triste? bebe cerveja. Tá feliz? bebe cerveja. Tá transando? Bebe cerveja em meio a transa.
- Mas não é cigarro? - Perguntou ele.
- Não, cigarro tu fuma depois de transar... Ou no meio também, tanto faz - Eu comecei a rir - Cara, eu tava pensando na última vez que transei... No meio da transa, eu tava pensando no debate que teve na Record - Comecei a gargalhar muito, ele também - Sério, eu tava lá, pa, pa... E minha cabeça lá "porra, eu achei o Aécio bom no debate e tal" - Ele não parava de rir - Aí eu gozei e percebi que... Eu tive um orgasmo pensando no debate da Dilma e do Aécio, cara... Às vezes eu penso que mereço ter depressão, tá ligado? Olha o que eu penso no meio do sexo.
Ele ria sem parar. E o que eu falei era realmente sério, e eu realmente estava (ainda estou) perplexo com o que eu faço da minha vida.
Ele se levantou da cama e disse em meio à risadas:
- Então Maicon, eu vim só te dar um oi, vou na casa de uma mina aí, que to pegando.
Eu me levantei e disse:
- Beleza. Quem tu tá pegando?
Fomos indo até a porta e ele disse:
- Uma mina lá do trampo.
- Qual o nome dela? - Perguntei.
- Derli. - Respondeu ele, já saindo da minha casa.
- Nossa, tu tá pegando uma avó?
Ele riu e disse:
- Não velho, ela tem vinte anos, só o nome é escrotão mesmo.
- Caralho... E bota escroto nisso. Derli, nome forte, DERLI, KETELEN. - Falei.
Ele se escorou na minha parede e começou à gargalhar muito, quase chorando. Nem foi tão engraçado assim.
- Velho... - (pausas para mais risadas dele) - Eu vou ir - (outra pausa) - Falou meu irmão, gosto muito de você! - Disse ele.
- Ah, também te amo, vai lá, falou! - Respondi, dando aquele toque de mão que dá um estralo, tá ligado? Eu me sinto muito homem fazendo isso, me sinto aqueles maromba de academia. Bem legal mesmo, to fazendo agora esse toque na minha própria mão "EAE BROTHER" *PÁ* QUE QUE EU FALANDO? É ESSE TIPO DE CARA QUE QUER SER ESCRITOR? QUE ESCREVE SOBRE TOQUE DE MAROMBA? MUITO BOM MAICON, TÁ QUASE UM DOSTOIÉVSKI.
Enfim, voltando ao assunto, eu voltei pro meu quarto, me sentei na minha cadeira de praia e olhando para um ponto qualquer da minha parede, eu comecei a pensar; Tudo isso que aconteceu hoje, eu sangrar sem parar, bater minha cabeça, quase morrer, a pobreza que vivo, onde tudo tá aos pedaços na minha casa, minhas paredes cheias de mensagens suicidas, a ignorância da minha mãe, e eu simplesmente não me importo com isso. Nem um pouco. Eu dou risada, eu brinco, eu torno a merda da minha vida a coisa mais legal e cômica já existente. E olhando para aquele ponto da parede, um leve sorriso apareceu em minha boca. Pela primeira vez na minha vida, eu senti orgulho de ser eu.

Historia escrita por ele mesmo!

Facebook: Maicon Küster


E aqui vai um pouco mais sobre Ele...
Eu reprimi tudo o que sou. Tudo o que acontece, tudo o que envolve a minha vida. Eu simplesmente escondi lá dentro, onde ninguém vê, ouve ou sente. Mas eu sei, eu sei que está lá, pronto para explodir a qualquer momento - Nesses tempos de ascenção, vi tudo que me envolve crescer, meu trabalho ganhar vigor e minhas ambições estarem cada vez mais perto, porém, por algum motivo, isso não me causa nenhuma felicidade e fico dividido entre dois pensamentos, um me dizendo: "É isso aí. Tá conseguindo, continua nessa, tudo dará certo!" e outro em gritar: "Não, isso tá te matando, para! Não tá sendo prazeroso e nunca foi, nunca será. Somente é, a forma que você escolheu de camuflar e o que há reprimido lá dentro!", eu sei que essa última citação é a verdadeira, mas por algum motivo, eu acredito na primeira e não consigo acabar com tudo, eu quero continuar, ver onde tudo vai dar, mesmo que, de nenhuma forma, isso me cause satisfação.
- Quem diria, Maicon! - Falou Isabela, enquanto se ajeitava no meio fio da calçada.
- O quê? - Perguntei.
- Que aquele moleque escrotinho da escola, ia se tornar esse gênio que tu és hoje.
- Nossa, cala a boca - Falei - Não sou nada, nunca fui e nunca serei.
- Ai, tadinho dele - Disse ela, debochando - Cara, tu viu quantas pessoas gostam do que tu faz?
- E daí? - Perguntei - Grandes merda. Meu, eu não sei porque vocês dão tanto valor para isso.
- Eu não te entendo, Maicon - Disse ela, pegando o MEU maço de cigarro e tirando um.
- O quê?
- Mano, tu prepara tudo. Tu passa horas formulando as paradas, as piadas, textos e tal, para agradar teu público, aí quando agrada, tu achas ruim. - Disse Isabela, acendendo o cigarro.
- É que... - Quase falei, mas não consegui - Deixa para lá.
- Agora fala, começou agora fala! - Disse ela. Porque mulher adora falar isso? Que babaquice.
- Não meu, é que... Eu não sei dizer isso sem parecer a porra de um depressivo mimizento, mas... Eu sempre me senti um lixo, e eu tento de tudo para me sentir menos lixo, saca? Eu era gigante de gordo, o que eu fiz? Emagreci. Eu me sentia burro, o que eu fiz? Adquiri o máximo de conhecimento que pude. Eu me sentia vazio, sem talento e etc... Então peguei esse lance de ser engraçado e quis transformá-lo numa forma de ambição. Eu sempre me achei sem credibilidade, importância e sensibilidade, então comecei a escrever. Eu me senti irrelevante ao mundo, então peguei todo o meu material crio, e o joguei na internet para alcançar um público. Tudo isso que fiz, não foi porque era uma ambição, porque eu queria, porque eu acreditava... Mas só porque... Eu não queria mais me sentir um lixo e o problema é que eu ainda me sinto.
É raro, aliás, impossível, eu declarar minhas posições sentimentais a qualquer pessoa, já que como citado ao início do relato, eu reprimo tudo. Guardo tudo dentro de mim, mas talvez essa minha ascenção e infelicidade que vivo, tudo o que há de mais negro em mim, queria explodir.
- Cara, mas não tem motivos para tu se sentires um lixo, sabe disso, né? - Disse ela.
- Mano, o pior é que sei! Mas porra... Eu não sei explicar. NADA me causa felicidade, NADA! E isso não é bom, nem um pouco! Porque eu tento de tudo pra ser feliz e não consigo, não consigo me sentir alegre, não consigo rir de felicidade, chorar de alegria... É bem gay falar essas coisas, né? Mas é que... Sei lá, meu.
- Eu to ligada... - Disse ela.
- NÃO, TU NÃO TÁ! - Me levantei - TU não sabe como é contar uma piada, ninguém rir e você se sentir um lixo por ser sem graça. Contar uma piada e todos rirem e se sentir um lixo igual, porque desde o início, essa foi a intenção. Te olharem, notarem, apreciarem, mas ao mesmo tempo, ver que isso é uma puta babaquice, egocentrica e medíocre. Eu vivo nessa merda de bolha de aço, onde eu uso de meu "ta-len-to", para fazer as pessoas gostaram de mim pelo o que sou, pelo o que há dentro de mim!
- Eu sei, Maicon - Insistiu ela em dizer que entende, é uma vagabunda mesmo - Todo mundo tem máscaras para viver em meio a sociedade.
- Aí que está! Todo mundo tem máscaras e vivem maravilhosamente bem com suas máscaras, ninguém percebe que tá sendo babaca, que destrói seu eu interior em prol de aceitação, não querem enxergar, para não se ver no limbo, onde se percebem ser uns medíocres quaisquer. E eu vivo ali no meio, saca? - Voltei a me sentar - Onde eu percebo que sou um medíocre por vestir essa máscara, mas ao mesmo tempo, eu não quero tirá-la, eu não consigo me ver sem essa máscara, eu não quero tirá-la, porque só sobrará dor, destruição e tristeza e porque só existe isso? PORQUE PASSEI A MINHA VIDA INTEIRA USANDO MÁSCARA E AGORA NÃO TENHO MAIS ROSTO.
- E como você sabe que nenhuma pessoa te aceitaria sem a máscara? - Perguntou ela.
- Porque eu não sei falar com as pessoas sem ela. - Respondi.
- Você acabou de tirá-la para mim.
- Mas você não existe. - Repondi.
Ali estava eu, como sempre, tendo discussões comigo mesmo. Já se tornou um hábito, parte de mim. Eu não consigo mais me aceitar, jogar algo na minha cara, me acusar ou tentar ser eu mesmo. E quando eu consigo, sempre é com alter-egos. Talvez já não me bastasse ser depressivo, agora tenho que ser esquizofrênico também.
E sentado ao meio fio da minha calçada, eu ria, ria sem parar, ria com a dor maior de qualquer choro. O que estava reprimido lá dentro de mim explodiu. Explodiu, mas ninguém viu. Nem mesmo eu, nem mesmo o euIsabela, nem mesmo vocês que estão lendo. O que há dentro de mim explodiu e nem mesmo minhas palavras conseguiram expressar, porque o que há dentro mim é o vazio - E o vazio ninguém vê, ouve ou sente.
Eu não consigo mais tirar minha máscara, porque minha máscara se tornou meu rosto. E para tirá-la, só tirando minha própria vida. E olha... É uma belíssima sugestão! Mas antes disso acontecer, tenho algumas piadas para escrever, pois minha máscara merece uma bela maquiagem. Obrigado.

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